terça-feira, 7 de junho de 2016

Isso é motivo?

Recentemente fizemos uma pesquisa sobre satisfação na carreira.

66% das pessoas que responderam ao questionário, informaram que já pensaram em mudar de carreira. Esse é um dado que merece ser entendido.
Levantando as respostas desses 66% nas outras questões, notamos que:
- 50% deles considera o trabalho apenas um pouco estressante (poderia ser até extremamente)
- 44% afirma que conta com algum apoio do gestor em seu cotidiano (poderia ser bastante ou nenhum)
- 50% considera a programação de trabalho muito pouco equilibrada
- 50% revela contar com bastante apoio dos colegas no dia-a-dia
- 61% considera a carga de trabalho um pouco equilibrada

Portanto, aparentemente fatores como stress, suporte e carga de trabalho, para a maioria, não são motivadores para mudar de carreira, dado que apesar de não estar perfeito, não está tão ruim assim.

Então, o que será que faz?
Respondendo abertamente, os motivos foram os mais variados possíveis...muitos falaram sobre qualidade de vida, estar mais tempo com a família, alguns falaram sobre o momento de mercado- pouco investimento em áreas de apoio (como TI, RH, Marketing, Finanças, etc...), gerando baixa perspectiva de desenvolvimento profissional e de remuneração.

Outros trouxeram temas mais diferentes: frustração, vontade de fazer e conhecer coisas diferentes, fazer algo que fizesse bem para as pessoas, se voltar mais às pessoas do que ao lucro.
Por fim, tivemos pessoas "categóricas"- responderam "não é o que eu quero" ou "porque meu trabalho atual nunca foi meu objetivo".

Vamos lá...
Qualidade de vida, momento de mercado e remuneração, não devem ser necessariamente motivos para mudar de carreira. Se você é satisfeito com a sua atividade, vale a pena refletir:
- Em outra empresa ou segmento (com a mesma atividade) seria possível ter uma qualidade de vida melhor?
- Como é a remuneração da minha área de atuação no geral? Como poderia complementar a renda?
- Com relação ao momento de mercado, lembre-se é hora de fazer do limão uma limonada. Bons profissionais crescem com a crise. Se você gosta do que faz, pense como você pode aproveitar a crise para implementar projetos sustentáveis, controlar custos da empresa, etc...

Agora, frustração. Pense: é frustração com relação à sua atividade, à empresa, ao segmento...? Se mudasse de empresa, resolveria? Qual era a sua expectativa quando escolheu essa carreira? O que mudou?

Mas se você tem vontade de fazer coisas diferentes, se você gostaria de ajudar mais as pessoas, pode ser sinal de que é hora de mudar. Assim como é para quem tem a certeza de que "não é o que quer" e que o trabalho atual nunca foi o objetivo.

Mudar de carreira, não é fácil, exige certezas.
Certeza de que o motivo para mudar é algo relacionado a valores pessoais, sentimentos... Por isso, pense bem. Talvez não é preciso mudar de carreira, basta fazer alguns ajustes.

Se dê um tempo, se permita pensar em você. Passamos grande parte da nossa vida no trabalho, se não valer a pena quando você for dormir hoje, quando você estiver com 80 anos, terá valido menos ainda.

Um dos entrevistados respondeu "remuneração deixa a desejar, mas a satisfação pessoal com o trabalho me faz ficar". Esse é o caminho, 100% nunca estará, mas a balança tem que estar positiva para você.

E o Coaching pode te ajudar...na mudança de carreira ou no ajuste necessário para você se sentir realizado. Como? Isso fica para outro post ;-)

quinta-feira, 3 de março de 2016

A culpada

Outubro de 2015, a revista Exame tinha estampada na capa a seguinte frase "7 demissões por minuto". Desconforto é pouco para traduzir tudo o que essa situação pode causar.

Um dos momentos mais delicados da entrevista de emprego é quando procura-se entender os motivos de saída dos lugares. Esse ponto é fundamental para entender um pouco como funciona o processo de escolha do candidato, como ele lida com situações adversas, além de justificar o histórico profissional.

Porém se torna delicado (por vezes constrangedor- pra quem pergunta e para quem responde)... As pessoas tem medo de dizer a verdade (o que pode se tornar muito pior) ou preferem falar rápido por ter sido um tema difícil de lidar. Normalmente esse constrangimento acontece quando a pessoa foi desligada.

Ninguém se sente bem ao ser demitido, mas refletir sobre a situação é fundamental. O momento deve servir como avaliação e identificação de pontos a serem melhorados, para que na próxima não aconteça.

Quem já estava no mercado de trabalho entre 2008 e 2009, foi de alguma forma impactado com a crise que aconteceu no Brasil, como consequência de uma recessão muito mais forte nos Estados Unidos. E quem foi desligado da empresa nesse período, ainda que não tenha tido relação nenhuma com a crise, tem resposta pronta nas entrevistas de emprego.

2015, uma forte crise chegou. Ela bateu na nossa porta de leve em 2013 e nós escancaramos a porta em 2015. Veio então a avalanche de demissões. De acordo com a revista de outubro de 2015, o índice de desemprego estava em 7,6% no mês de agosto do mesmo ano. Na época, o índice de inadimplência não havia subido, ainda restava alguma economia e esperança.

No caderno Economia do jornal O Estado de São Paulo de domingo (28 de fevereiro de 2016) nota-se que esse cenário já mudou. A inadimplência aumentou de forma agravante nos serviços básicos (luz, água) e serviços de comunicação (telefonia e televisão a cabo). Na reportagem, o presidente de uma empresa de cobrança diz que a necessidade de manter o cliente na base, tem feito as empresas se tornarem mais flexíveis na negociação.

No mesmo caderno do último domingo, outra matéria nos mostra como o cenário é grave. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo estima que 245 mil trabalhadores formais serão demitidos em 2016. Isso porque houve uma redução de 8,6% nas vendas de varejo ampliado (varejo restrito, veículos e material de construção).

Já sabemos que o cenário não é positivo, que a tendência esse ano é piorar, mas que em 2017 as coisas vão começar a melhorar (2010 foi um ano de alta de empregos, de uma certa forma até desproporcional). Pois bem, se você foi atingido pelo desemprego por conta da crise, é importante que você a entenda para conseguir lidar melhor com ela.

Temos no Brasil uma questão muito delicada com relação a legislação trabalhista e tributária. Isso interfere diretamente nos custos da empresa e por consequência no preço dos produtos oferecidos. Básico, não? Quando passamos para números, a questão se torna um pouco mais dramática, os custos com salário giram em torno de 70% da média de custos da empresa. Ou seja, apenas 30% estão relacionados a fornecedores e serviços básicos.

E o que você tem com isso? Bem, se você foi desligado em uma redução de custos na crise (uma vez que nossa legislação trabalhista não permite redução salarial sem redução de jornada), existe grande probabilidade de você precisar repensar sua expectativa salarial para se recolocar.

Por isso, faça as contas, entenda o quanto pode ser reduzido e avalie a oportunidade a longo prazo. A crise não será eterna e colher os frutos de um forte empenho, com uma redução financeira, dependerá apenas da sua disposição.

Se você está empregado, esteja disposto a continuar ganhando por um, trabalhando por dois. Isso também poderá ser recompensado quando a crise passar.

Estatisticamente falando, a tendência é alcançar a média. Portanto, se chegamos no fim da linha, só nos resta subir.

Dica: se você não entende de Economia, vale a leitura de "Economia para Leigos" da editora Alta Books. Ele foi muito utilizado para a confecção deste texto. 


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cinema&Sorvete

Ontem tivemos o Oscar com a tão esperada premiação ao Leonardo DiCaprio. Talvez mais esperada pelo público do que por ele...foram tantas indicações e nenhuma vitória que virou motivo de piada e compaixão.
Só assisti hoje de manhã e confesso que minha maior atenção estava em ver a reação dele. E o que eu vi foi humildade, antes mesmo dele dizer que não foi para a cerimônia com a sensação de "já ganhou". Talvez na vez de Titanic ele tenha ido mais confiante e menos preparado.

Estamos falando de quase 20 anos entre Titanic e O Regresso, houve muito empenho, desenvolvimento para que ele saísse campeão. E o que mais esteve presente foi a persistência no desenvolvimento.

Joy (2016) também foi indicado ao Oscar. O que vale nele é a história de sucesso da protagonista, que dá nome ao filme. Ela tinha um dom, desde criança. Faltava talento (descubra a diferença entre dom e talento aqui: http://canaldoempreendedor.com.br/coaching/qual-a-diferenca-entre-dom-e-talento/)...e numa situação difícil, o talento apareceu...foram muitas "portadas na cara" até que conseguisse mostrar que o dom e o talento, aliados a experiência de vida, formavam uma receita de sucesso.

E com seu sucesso, deu chance para outras pessoas lhe mostrarem seus talentos. Lá estava a humildade de novo.

Há algum tempo assisti "Walt Before Mickey" (2014), que conta a história de Walt Disney antes da fama. Um sonhador, com um dom e um talento, pouco compreendido pelos outros. Muito inteligente, logo na primeira investida foi bem...mas foi só ter que deixar o que sabia fazer de lado, para dar atenção às atividades administrativas, para que as coisas desandassem.

Quase desistiu dos sonhos, mas um ratinho lhe serviu de inspiração para voltar a desenhar e então ele conheceu o sucesso. O que mais contou no caso dele, é que mesmo com uma torcida cansada, ele teve fiéis companheiros o tempo todo, inclusive seu irmão que depois ajudou na construção do complexo Disney.

Ter um dom, somá-lo ao talento são fatores importantes para se chegar ao sucesso. Mas além disso, a persistência, a humildade, acreditar no sonho e estar perto de bons aliados, são tão necessários quanto qualquer habilidade técnica.

Para encerrar, compartilho a história de uma empresa que começou despretensiosa em 1978 e hoje ainda forma filas de virar o quarteirão. http://www.benandjerry.com.br/quem-somos

Fé no sonho, força no talento e foco nos aliados.

Boa semana!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Viu, como se faz?

Quem nasceu até meados dos anos 80 deve se lembrar de um programa da TV Cultura chamado "Rá-Tim-Bum" (antes de virar castelo).

Nesse programa tinha um quadro que mostrava como algumas coisas eram feitas, com uma vinheta "viu, como se faz?"e na própria música iam explicando o passo-a-passo da construção do objeto em questão.

Estamos enfrentando crises no Brasil...no plural, porque, infelizmente, são várias- hídrica, econômica, política. Uma em decorrência da outra, num cenário em que não se sabe quem nasceu primeiro.

Fato é que até a TV Cultura, com tantos programas educativos, que fizeram história, está sendo fortemente impactada com ela.
Em momentos assim, muitas pessoas perdem empregos ou se sentem ameaçados todos os dias. A instabilidade é geral e tira o sono.

Infelizmente, não existe receita de bolo. Não é possível ensinar como lidar com uma demissão, como fazer os negócios serem estabelecidos nesse cenário.
Mas é possível orientar, dar dicas, mostrar possibilidades.

Na crise de 2009, o Dunga era técnico da seleção e estava sendo altamente criticado. Ele então disse em uma coletiva "Pensa mais no teu trabalho e menos no teu emprego".  Diante da derrota em 2010, ele acabou saindo da seleção, mas depois do memorável 7a1, ele recuperou o cargo.

Se tem um conselho para a crise, para quem está empregado, é exatamente esse "pensa mais no teu trabalho e menos no teu emprego". Realize suas atividades, seja comprometido, preocupe-se com o que precisa ser entregue. Pois isso depende só de você, o que vai acontecer com sua emprego, você não tem controle.

E se você não está trabalhando, lembre-se do Dunga. Ele não teve sucesso em 2010, mas está com uma nova chance. Aprender com as lições, entender onde poderia ter feito diferente e estar disposto a mudar, ajuda a ter mais sucesso na próxima oportunidade.

Vamos arregaçar as mangas, encarar a crise e assim superar os desafios.

Sucesso e sorte para nós!